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Pesquisa
sábado, 15 de maio de 2010
Aprendendo a ler música...
Tenho trabalhado ultimamente com uma pesquisa sobre a leitura, para as séries iniciais na fase de alfabetização de crianças, e é interessante notar que os autores que tratam desta problemática da aquisição da leitura e da escrita sempre sugerem que se trabalhe com as crianças a importância do ato, a significação que o aluno faz do que lê ou escreve.
Um dos teóricos que estudo no momento é Frank Smith (1989)em seu livro "Compreendendo a leitura: uma análise psicolinguística da leitura e do aprender a ler", de onde podemos tirar a seguinte citação: "Os leitores sempre lêem algo, lêem com uma finalidade; a leitura e sua rememorização sempre envolve emoções, bem como conhecimento e experiência"
Porquê então tratar a aprendizagem da leitura musical diferentemente?
Muitas pessoas comentam que já fizeram aula de música mas não aprenderam, porque era muito difícil ler a partitura, e mais difícil ainda fazer duas coisas ao mesmo tempo: ler e tocar.
Procuro trabalhar de maneira diferenciada com meus alunos, primeiramente apresentando CD's com músicas tocadas pelo instrumento que vão aprender, mostrando vídeos de vários instrumentistas, para que o aluno perceba as diferentes linguagens da música, e trabalhando com o "tirar som do instrumento", ou seja, a parte prática e mais esperada por quem faz aula de música: tocar.
Com o desenvolvimento do aluno, conseguindo tirar som do instrumento, tocar algumas melodias conhecidas por ele, e se sentindo mais familiarizado com o instrumento, o próprio aprendiz sentirá a necessidade de registrar o que toca e saber ler os registros do que ainda não toca, para aumentar seu repertório.
Daí por diante, a aprendizagem da leitura musical fica muito fácil de ser compreendida pelo aluno, não é necessário nem utilizar-se daqueles exercícios chatos de colocar o nome da nota do pentagrama ou ler as notas de uma melodia. Sinceramente acredito que esses métodos distanciam ainda mais o aluno da música.
É preciso que todo educador musical não se esqueça que a música é uma arte, assim como a literatura. Uma criança que "aprende" a ler utilizando de exercícios de famílias silábicas, e só usa o que aprende para ler " Eva viu a uva", não vai se interessar em abrir um livro de contos de fadas, porque nunca mostraram o encantamento que a leitura pode nos proporcionar. Da mesma forma, um aprendiz de saxofone, flauta, piano ou qualquer instumento, não vai sentir o encantamento ao abrir um livro de partituras do Tom Jobim, se só foi ensinado a ele falar as notas da partitura de "Brilha brilha estrelinha".
Aprender, o que quer que seja, deve ser algo prazeroso e desejado.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Sorria, que a vida sorrirá pra você...
É impressionante notar que hoje em dia algumas pessoas se espantam com a boa educação. A população parece estar se esquecendo daquelas regrinhas básicas de gentileza como com licença, bom dia, me desculpe, obrigado... são palavras cada vez menos escutadas.
As expressões faciais são sempre as mesmas, cara fechada, olhos sérios, testa franzida...A desculpa de sempre é a pressa, a correria da vida, mas será que justifica?
Certa vez li uma historinha no gibi do Cebolinha, de Maurício de Souza, que levava como título do quadrinho a expressão: "SOLIA QUE A VIDA SOLILÁ PLA VOCÊ", na história o personagem Cebolinha segue a proposta de sorrir para as pessoas, independente das situações, que por sinal são bem engraçadas: - ele caminha e o Cascão tropeça, Cebolinha sorri... Cascão logo acha que o amigo debocha dele e sai irritado... - Um menino joga bola e quebra a vidraça de uma janela, o dono da casa sai para ver e só quem está lá é o Cebolinha sorrindo para ele, Sem questionamento, já vai acusando Cebolinha de ter quebrado o vidro e ficar com aquela cara de bobo pra se dizer inocente...enfim, acontecem várias cenas em que o Cebolinha com o seu sorriso e sua filosofia de sorrir para tudo e todos só se dá mal.
Um dia desses fui tentar imitar o Cebolinha e, sorri pra todo mundo que passava por mim, claro que não tão comicamente, foi mais no sentido de "BOM DIA", um cumprimento. Interessante perceber que algumas dessas pessoas sorriam de volta e puxavam uma conversa comigo. Já a maioria se espantava e falava um "bom dia" em que mal dava para perceber o movimento de lábios e o som da voz, ou simplesmente rejeitava o cumprimento, se fazendo indiferente.
Realmente a dificuldade encontrada pelo Cebolinha não foi só dele. É desagradável pensar que as pessoas se desacostumaram com atitudes que eram consideradas comuns a tempos atrás, e que como na histórinha, apresentam reações de desconfiança e irritação.
Obviamente eu não continuei seguindo o lema do meu amigo Cebolinha com tanta fidelidade, mas procuro sempre preservar o sorriso no rosto, que além de evitar o aparecimento precoce de rugas, também traz algumas respostas sorridentes das pessoas do nosso convívio ou que passam pelo mesmo caminho que nós nas ruas movimentadas.
Acredito que apesar das respostas ríspidas de alguns, e da indiferença de outros, vale apenas sorrir, e a vida sorrirá para nós!!!
E você?... vai sorrir também?
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